Com animação musical do duo " Art Band "
ASCE PROMOVEU EM VILA VIÇOSA
FEIRINHA RURAL E MAGUSTO CONVÍVIO
Conforme estava anunciado, a ASCE - Associação Social e Cultural da Espiunca promoveu, no passado Domingo, no centro de Vila Viçosa, uma FEIRINHA RURAL e um MAGUSTO CONVÍVIO, no espaço do Campo do Poço, junto à EN 225.
Tratou-se de um iniciativa, que ja estava agendada no Plano de Actividades desta colectividade e, que ja tinha sido anunciada, embora sem data, por ocasião da realização do
II Convívio de Antigos Alunos da Escola Primária de Vila Viçosa.O certame, sem ser um sucesso, acabou por registar uma
boa adesão, quanto mais não fosse, porque o tempo estava convidativo e as castanhas e vinho eram de borla e, em tempo de crise, há sempre quem apro
veite estas " benesses ".
Apesar de organizada em " cima do joelho " pela ASCE, que teve de socorrer-se deste espaço agrícola nas imediações do Café Primavera, por estranha recusa por parte da Junta de Freguesia de Espiunca, da utilização do recinto da Escola Primária e pelo Parque Desportivo da localidade estar ocupado com um Torneio de Futebol de Sete, esta iniciativa tinha tudo para se assemelhar a uma pequena mostra de artesanato, gastronomia, vinhos e produtos da terra, tudo apresentado numa sequencia de actividades, gizada para mostrar o que de melhor se produz, se cria e se apresenta nesta airosa terra do Vale do Paiva.
Tinha tudo...mas não teve, porque na verdade, a mostra resumiu-se apenas a três espaços comerciais, três barracas bem ornamentadas, sendo que duas estavam mais destinadas aos vinhos e petiscos. É certo que se vendeu batatas, abóboras, vinho e outros produtos, mas espaço dedicado unicamente a produtos agrícolas não houve...e as inscrições eram gratuitas.
Em termos de artesanato, para além dos relógios em ardósia do António Semblano, a barraca familiar da Alda/Bantim/Alessandra era a que evidenciava uma oferta mais ampla, apresentado bons trabalhos de artesão, utilidades diversas e peças com pendor modernista, mas acabou por ser a expressão da feira e salvar o certame, neste ramo de actividade.
As " cabaças da Alda ", pintadas com motivos vários, tiveram boa saída, assim a " águia vitória " e as mocas de eucalipto trabalhadas pela habilidade do cearense António, a par de outras novidades decorativas apresentadas pela Alessandra, que recentemente se dedicou á arte.
E a terra de Vila Viçosa, se tivesse havido bom senso, vontade, entendimento e solidariedade entre todos, tinha muito mais para mostrar, desde logo o seu maior artesão, o cesteiro António Silva, que habituado a marcar presença na Feira das Colheitas e nos dois eventos já realizadas no centro da Espiunca por iniciativa autárquica, optou pela ausência na sua terra, bem notada diga-se de passagem.
O Manuel de Lobeitos trouxe um galo para " rifar ", mas havia tantos exemplos de outras participações que poderiam ser potenciadas nesta iniciativa e que foram ignoradas...
E em jeito de exemplo e sugestão, a participação das outras duas associações da terra, onde o
CCR de Vila Viçosa e o
Clube de Jovens poderiam ter o seu espaço e mostrar as suas actividades e perspectivas futuras, captar inscrições de novos associados ou simplesmente fomentar a angariação de fundos, tal qual a
Comissão de Festas de S. Pelágio 2012 poderia ter o seu espaço, talvez até com um tômbula para angariar já alguma receita para a próxima edição das festas que, tendo em conta o mísero saldo existente, não se vislumbram tempos fáceis.
Mas não só, em
Vila Viçosa há produtores de mel que podiam estar representados, há gente que se dedica aos bordados e á tecelagem, que faz fumeiro regional, que produz aguardente e jeropiga de boa qualidade, tudo actividades que, com um bocadinho de empenhamento, união e boa vontade, poderiam assegurar presença e valorizar um certame que poderia ter alguma dinâmica e constituir excelentes oportunidades de negócio.
Lamenta-se, ainda, a ausência de qualquer representação do resto da freguesia, sendo certo que Vila Viçosa tem sempre marcado forte presença na iniciativa semelhante realizada na Espiunca.
Ao fim e ao cabo, no espirito da convivialidade e na vontade da confraternização, o evento acabou por ter um balanço positivo, ganhando com a lotaria do bom tempo, porque aquele espaço não é, nem de longe nem de perto, o local certo para se realizar uma iniciativa deste âmbito, onde o terreno agricola poderia se tornar um lamaçal e onde nem sequer instalações sanitárias havia disponíveis...já para não falar da triste imagem do entulho e do restolho agricola acumulado mesmo no meio do recinto, preparado para receber os visitantes.
A gastronomia da terra e o vinho da região estiveram em evidência na Tasca da Maximina e na Tasca da Aldina, espaços onde se podia degustar os afamados mílharos à moda antiga, as papas de serrabulho, rojões, feijoada, o bolo com carne, a broa caseira, o caldo verde e outras iguarias que ainda prevalecem nos gostos locais.
Nestas barracas não houve mãos a medir, e os sabores cruzaram-se com apetites, numa sensação única de recordar tempos mais recuados, onde comer nas feiras e romarias era uma tradição que se devia manter e fazia parte da vivência de gente laboriosa que tinha orgulho das suas raízes serranas.
Depois, a atracção musical da tarde, com a presença do
DUO " ART BAND ", de Campanha - Porto, que voltou a Vila Viçosa para animar a festa, numa participação sempre agradável com a sua musica de baile, mas cujo espaço emprovisado nao potenciou grandes danças.
Mas enfim...é o que temos, e lamenta-se que assim seja, e não me repugna nada dizer que a teimosia, a vaidade e o orgulho não levam a lado nenhum e só serve para dividir, obstaculizar e criar a conflitos onde eles nunca deveriam existir, potenciando uma má imagem para a terra que acolhe estas acções, que apesar de tudo, são de louvar.
Como enfatizava na noticia que anunciava a iniciativa, é tempo das pessoas, que estão à frente das colectividades e associações, se mentalizarem que as coisas não podem ser feitas em " cima do joelho ", sustentadas na teoria do desenrasca, sendo necessário haver concertação, diálogo, união entre todos, e preparar as coisas de forma atempada e organizada, evitando-se erros escusados, tendo sempre em conta a funcionalidade e a satisfação de quem participa e visita.
A mim o que me deixa triste e perplexo, é lamentavelmente constatar que a nossa terra tem um excelente Recinto Escolar com condições de apoio, que estava desocupado, para além de um amplo Parque Desportivo com instalações sanitárias e de acolhimento e se tenha de promover esta iniciativa no meio de um campo de milho sem condições nenhumas e, ainda assim, arrumado já em tempo limite.
A ASCE merece o reconhecimento pela ideia, pelo propósito de fazer algo por esta terra, que precisa destas iniciativas para se afirmar, potenciar interesse e projecção, mas deve ponderar com firmeza as suas realizações, procurando fugir do facilitismo de fazer as coisas a qualquer preço e de qualquer maneira, pugnando sempre para que o bom senso possa imperar e todos darem as mãos em torno do objectivo comum, que é fazer o melhor por Vila Viçosa.
Nota profundamente negativa merece a postura da autarca e da Junta de Freguesia de Espiunca, que recusando à entidade organizadora, a utilização do recinto escolar para esta mostra local, não deixou de evidenciar uma arrogância politica a todos os títulos reprovável, quando o tempo deveria ser de harmonia, de consenso e de entendimento...para bem de todos.
PODE VER AS IMAGENS DESTA INICIATIVA EM :
https://picasaweb.google.com/104454747068916768196/FEIRARURALDEVILAVICOSA2011?authuser=0&feat=directlink