sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Operadores pedem regulamentação da actividade
Câmara Municipal de Arouca quer implementar
Plano de Emergência para o Rio Paiva

Desde meados da década de noventa que a prática do Rafting e da Canoagem está fortemente incrementada no Rio Paiva, nomeadamente no troço que vai desde o Araínho, em Arouca, até à zona da Bateira, na partilha dos concelhos de Castelo de Paiva e Cinfães, sem contudo, esta actividade desportiva orientada para as “ aguas – bravas “ estar devidamente regulamentada. Agora, a tragédia da Bateira serviu para despertar consciências para as medidas de socorro a estabelecer no Rio Paiva e orientadas para as actividades dos desportos – radicais, sendo que a CM de Arouca, através do seu presidente Artur Neves, já fez saber que quer implementar um Plano de Emergência no Rio Paiva.

Poucos dias depois do acidente trágico, no final de uma descida de rafting, no Açude da Bateira, os operadores voltaram ao trabalho, proporcionando a emoção e a adrenalina quanto baste aos seus clientes, mas alguns empresários do sector alertam que só a regulamentação poderá garantir mais segurança e tranquilizar a forte concorrência que actualmente existe no Rio Paiva.
No momento actual, mais de uma dezena de empresas “ operam “ no Rio Paiva, vocacionadas para o rafting como primeira opção, oferecendo a pratica de um desporto radical que tem cada vez mais adeptos e interessados, apesar da ausência de legislação sobre normas de segurança, já que, nesta actividade, ter apenas apólice de seguro válido não devia chegar para correr riscos.
A necessidade da regulamentação deste desporto evidenciou-se mais depois da morte do jovem de Castro Daire, ocorrida no final de uma descida, em que a segurança chegou a ser posta em causa, tal era a violência do caudal do Rio Paiva nesses dias, mas este é um desporto radical e como tal tem riscos associados que devem ser tidos em conta.
Em depoimento recente ao JN, um dos empresários desta actividade referiu que, “ é preciso que aconteçam acidentes graves para que se olhe esta actividade de uma forma mais séria, pelo que é urgente a regulamentação, pois a situação actual permite algumas irresponsabilidades, e sabe-se que há empresas que cumprem as regras de segurança e outras que arriscam mais, dai a importância de uma legislação que estabeleça uma base de trabalho e de segurança nesta actividade desportiva “.

PLANO DE EMERGENCIA PARA O RIO PAIVA

Costuma dizer-se que “ casa roubada trancas à porta “ e agora, depois do acidente que vitimou um praticante numa descida de rafting, a Câmara Municipal de Arouca já fez saber que vai avançar para a concretização de um PLANO DE EMERGENCIA PARA O RIO PAIVA, que alias já estaria a ser elaborado antes do acontecimento trágico da Bateira, visando as actividades radicais praticadas no rio.
Artur Neves já fez saber que este Plano de Emergência deverá ser implementado o mais breve possível e deverá envolver também as autarquias de Castelo de Paiva e de Cinfães, os bombeiros e as empresas que prestam serviços no Rio Paiva, procurando garantir maior segurança para todos os que utilizam o rio para a pratica dos desportos orientados para as “ águas bravas “.
O edil de Arouca mostrou-se preocupado com a situação actual e destacou “ a necessidade de criar mais locais de acesso ao rio e melhores identificações para que seja mais fácil e mais rápido o socorro em caso de acidente “, exigindo coordenação de meios e que o Plano de Emergência possa ser testado nas descidas do Paiva e com a colaboração de todos.
Considerando que as actividades de “ águas bravas “ no Rio Paiva são um cartaz turístico do município, o autarca de Arouca realçou que o município irá continuar a apostar na promoção destas actividades radicais, como forma de potenciar o turismo no concelho.
Sobre algumas considerações dos ambientalistas, Artur Neves tranquilizou as hostes referindo que, “ essas associações não serão mais intransigentes do que a Câmara Municipal de Arouca na defesa do meio ambiente e do Rio Paiva em particular, pois estaremos atentos a todas as situações “.
Tal como o autarca paivense, Gonçalo Rocha, que já se inteirou da legislação em vigor e lamentando a perda do jovem praticante, disponibilizou-se para trabalhar neste pormenor, procurando criar condições para que a pratica do rafting e de outras actividades radicais no Rio Paiva seja feita com a melhor segurança e com condições para um socorro mais rápido e eficaz, também Pereira Pinto, edil de Cinfães, se manifestou no sentido de colaborar para a concretização deste Plano de Emergência, sugerindo até que o município de Castro Daire deveria fazer parte deste plano.
Os autarcas devem, a breve prazo, sentar-se à mesa para fazer um diagnóstico da situação e avançar com as medidas mais consentâneas para a concretização deste Plano de Emergência para o Rio Paiva.

SOS RIO PAIVA TEM DUVIDAS QUANTO AO PLANO

Entretanto, a associação SOS RIO PAIVA, através do seu porta-voz Sérgio Caetano já deu a saber as suas “ reservas “ quanto ao interesse e implementação deste Plano de Emergência, envolvendo os bombeiros e outras entidades, já que está prevista a abertura de acessos em vários pontos do rio (e não são caminhos pedestres... são estradas que possibilitem o acesso de ambulâncias e viaturas TT).
Segundo Sérgio Caetano,” há uns tempos atrás houve alguma confusão e mal entendidos por causa desta questão que é delicada, mas que não pode ser ignorada “, sentindo por isso, natural preocupação com estas notícias que dão conta que as autarquias de Castelo de Paiva, Cinfães e Arouca vão fazer obras nas margens “, daí considerar que :
- O rafting é uma actividade radical que envolve risco e emoção (e traz alguns benefícios económicos para a região).
- O acidente recente nada teve a ver com a falta de acessos ao rio, tendo sido causado por uma distracção dos tripulantes (segundo várias notícias).
- O Paiva é um dos melhores rios para a prática deste desporto por ainda se encontrar num bom estado de conservação com poucos sinais de intervenção humana.
- O rio não precisa de obras.-
- O rafting precisa de ser regulamentado.
Para este ambientalista e dirigente do SOS RIO PAIVA, em breve relatos como este vão deixar de existir... "De Castro Daire para jusante, até Travanca (já relativamente próximo de Castelo de Paiva), o Paiva é decididamente um rio de montanha, apresentando alguns troços de um enorme isolamento, quase sem qualquer povoação nas suas margens, a não ser Nodar, Meitriz, Janarde e Espiunca. A beleza bravia da paisagem desta região é extraordinária."
E evidencia o dirigente, “ não é por acaso que o Instituto de Conservação da Natureza inclui (entre outros) os Raid's todo-o-terreno e desportos aquáticos (descidas de canoas/caiaques, rafting, etc.) na lista de factores de ameaça ao Rio Paiva, recomendando a sua restrição e condicionamento da sua prática... Será pois, este assunto que merece discussão porque o Paiva não é um rio como os outros. É dos poucos que ainda existem na Europa digno desse nome...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

RELATOS DA DIÁSPORA

DA SUÍÇA, UMA RECORDAÇÃO DA FAMILIA NUNES

É sempre com natural agrado e grande satisfação que recebemos novidades de amigos de Vila Viçosa que, na diáspora, dão o melhor de si para perseguir o sonho de ter uma vida melhor e o bem – estar que, em Portugal, e infelizmente, não encontraram.

Falamos da “ prole “ da Família Nunes, nomeadamente dos irmãos Miguel, Victor e Paulo que, com o sucesso que se regista, laboram no território da Suiça, mas nunca esquecem os amigos, a família e a terra que lhes serviu de berço.
Estes irmãos, filhos do casal Celestino Nunes e Aldina Soares, laboram em Verbier, na região de Valais, neste atractivo e acolhedor rincão europeu e, sempre que podem, não deixam de evidenciar as suas raízes e de dar um “ pulo “ a Portugal, passando momentos de convívio e de afecto com a família em Vila Viçosa.
Durante o período agreste e do rigor do Inverno, trabalham todos, com as respectivas esposas, no sector da restauração junto ás Pistas de Ski, e no Verão dedicam-se aos trabalhos da vinha, embora o Victor também oriente a sua vida profissional no sector da construção civil, neste período mais quente do ano.
O Miguel, que já detém larga experiência ao nível da hotelaria, nomeadamente na área do “ catering “, trabalha como cozinheiro e o irmão Victor já é segundo chefe de cozinha na unidade que os acolhe, o mesmo se passando com o Paulo que também já tem bastantes anos de actividade neste sector da restauração, pois já está na Suiça há mais de 14 anos, e que falaremos dele em outra oportunidade, sendo que também Daniela e Ana trabalham como serventes no mesmo ramo hoteleiro.
Recordo que, mesmo em terras helvéticas, o Victor Soares não deixa de evidenciar o seu talento com acordeão, animando sempre que pode uma ou outra iniciativa que vai surgindo no espaço que os acolhe, aliás uma forma de não esquecer os bom velhos tempos e momentos memoráveis em que integrava o Agrupamento Musical Sondagem que, por minha iniciativa, todos lhe prestamos aqui uma justa homenagem, na certeza de que, um dia estaremos juntos aí numa festa qualquer.
Em anexo, vos deixamos aqui algumas fotos destes nossos conterrâneos de Vila Viçosa, agora radicados na Suíça, nomeadamente do grupo que trabalha nos restaurante que acolhe o Miguel e o Victor, da placa toponímica que nos indica o restaurante – hotel localizado junto ás famosas e conhecidas Pistas de Ski de Valais, a mais de 2733 metros de altitude.
Verbier é uma localidade suiça que fica a cerca uma hora e meia de carro de Aosta e duas do aeroporto de Genebra, oferecendo um panorama estupendo com vista para o maciço de Combin e do Monte Branco e um parque de esqui bem aparelhado, “Les 4 Vallées”, que é um dos maiores e mais difíceis da Europa: 410 quilômetros de pistas e mais de 90 estruturas de subida.
Gratos pela recordação enviada, fica o nosso desejo de continuação de sucesso e boa sorte, sempre na perspectiva de que, mesmo ausentes estão sempre presentes na nossa memória e no âmago da nossa amizade.




terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Segundo um estudo da Universidade da Beira Interior
Cinfães considerado o pior município do País
e Castelo de Paiva e Arouca no grupo dos 30 piores

O município de Cinfães do Douro é o pior município do país em termos de qualidade vida, segundo revela um estudo, agora apresentado, pela Universidade da Beira Interior – UBI, sedeada na Covilhã, e que tem por base 50 variáveis de 15 área diferentes para chegar ao “ ranking nacional “.

O estudo do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da UBI refere que, nos últimos anos, o concelho de Cinfães continua a perder qualidade de vida e bem estar na sua população, apesar do esforço de desenvolvimento que a edilidade local tem vindo a fazer para alterar esta situação, ocupando a última posição do “ ranking global “ ao nível do território continental. No estudo apresentado, o concelho de Cinfães ocupa o derradeiro lugar da lista, perdendo 14 lugares em relação a igual estudo apresentado em 2007, quando ocupava a posição 264 do “ ranking “.
Já os municípios de Castelo de Paiva e Arouca fazem parte do grupo dos 30 piores concelhos do país, respectivamente na posição 268 e 269, o que equivale a dizer que, em termos de variação, desceram 81 e 73 lugares respectivamente, face aos dados de 2007.
Apesar de, também fazer parte, deste grupo dos 30 municípios menos desenvolvidos, o concelho de Resende subiu 16 lugares em relação ao estudo de 2007, ocupando agora a posição 260.
Estas são algumas das conclusões do “ indicador sintético de desenvolvimento económico e social ou de bem estar dos municípios localizados no território continental “ levado a cabo em 2009.
A lista das variáveis consideradas no estudo teve em consideração as condições materiais, nomeadamente os dados disponíveis sobre equipamentos de comunicação, equipamentos educativos, equipamentos culturais e desportivos, infra-estruturas básicas, condições sociais, educação, população, saúde, segurança, ambiente, condições económicas, cultura e lazer, mercado de habitação, mercado de trabalho e dinamismo económico.
Dos 278 municípios analisados, de fora ficaram as regiões autónomas, o destaque pela positiva vai para S. João da Madeira que ocupa o 4º lugar nacional, logo a seguir a Lisboa, Albufeira e Oeiras e a frente da cidade do Porto.
O estudo foi elaborado por Pires Manso, investigador da Universidade da Beira Interior e feito com base no anuário de 2006 do Instituto Nacional de Estatística.
O trabalho conclui que “ existem apenas poucas áreas em que a situação se apresenta positiva. Apesar da existência de algumas em que a situação é neutra, a maioria revela uma situação deficitária de grande parte dos concelhos portugueses “.
Em termos gerais, “ não se pode considerar animador o cenário do país em termos de desenvolvimento económico e social ou de qualidade de vida no sentido mais amplo “, evidencia o investigador catedrático Pires Manso.
Em contrapartida, veio recentemente a público que Portugal é o 21º melhor país do mundo para viver, figurando assim, na lista elaborada pela Revista “ International Living “, que faz uma análise aos melhores países do Mundo para se viver.
Portugal surge, assim, à frente da Grécia e do Reino Unido num “ ranking “ onde a França lidera e a Austrália e a Suécia ocupam o segundo e o terceiro lugar respectivamente.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010


Passeios ao longo da EN 225 em Vila Viçosa
CM de Arouca esta a promover
obras de requalificação urbanística

A Câmara Municipal de Arouca esta a promover obras de requalificação urbanística na zona central de Vila Viçosa, nomeadamente a construção de passeios com vedação-protecção ao longo da EN 225, no troço compreendido entre o Largo da Costa e a zona da Sobreira.

Trata-se de uma empreitada municipal, que representa um investimento de cerca de 22 mil euros, e que visa proporcionar melhores condições de acessibilidade e segurança para quem circula a pé nesta zona mais central do lugar de Vila Viçosa, ao mesmo tempo que potencia uma imagem mais atractiva da localidade.
A Junta de Freguesia de Espiunca, entidade parceira nesta obra, tem um papel preponderante para que os trabalhos, que devem estar concluídos até ao final do mês de Fevereiro, possam decorrer com normalidade e a contento da população, sendo um elo de ligação com a autarquia e os respectivos serviços técnicos.
Recorde-se que, ainda recentemente, na ocasião do arranque da obra, o edil arouquense Artur Neves, acompanhado de elementos da sua equipa municipal e de alguns técnicos do município, bem como dos autarcas da Espiunca, estiveram no local a perspectivar este melhoramento que, sem dúvida, bem dar outro aspecto a esta zona central de Vila Viçosa e melhores condições de segurança a quem transita neste percurso da Estrada Nacional 225.
Espera-se agora, que mesmo com as limitações financeiras que enfrenta, a autarquia da Espiunca, possa aproveitar a concretização deste melhoramento rodoviário, para promover outros trabalhos e arranjos que possam potenciar um embelezamento mais digno e atractivo da nossa terra, e que, num futuro próximo, se possa promover o arranjo urgente de alguns acessos internos da localidade que, estando numa degradação acentuada, pior ficaram depois das obras de renovação das condutas do abastecimento público de água, concretizadas há dois anos atrás, por iniciativa municipal.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

TRAGÉDIA NO RIO PAIVA

Morte de praticante de “Rafting” na Bateira
deveu-se a eventual distracção dos tripulantes

· falta de Cais de Acostagem dificulta as manobras finais das descidas

O acidente de Rafting no Rio Paiva que, no inicio da tarde de Sábado, provocou a morte a João Filipe Borges, um jovem de 34 anos, oriundo de Castro Daire, foi o primeiro nos sete anos do Clube do Paiva e, segundo um dos responsáveis desta empresa de desportos radicais, terá eventualmente ficado a dever-se a uma distracção dos tripulantes, quanto às ordens do monitor da actividade, no momento da acostagem no final da descida, na zona da Bateira, local de fronteira entre os concelhos de Castelo de Paiva e Cinfães.

Rafael Soares, o sócio da empresa que coordenou as acções de rafting da empresa sedeada em Alvarenga, lamentou a morte do tripulante que esteve desaparecido entre as 13:30 de sábado e as 10:00 de Domingo, e afirmou: “ Foi uma infelicidade e, como nunca tivemos sequer uma participação para o seguro, estamos agora a aprender a preencher esse tipo de documentos”.

Quanto às razões para o acidente, Rafael Soares explicou à imprensa que, o acidente aconteceu já no final da prova, junto ao açude da Ponte da Bateira, onde “a extracção de água provoca um fenómeno artificial extremamente perigoso” e o controlo do barco foi dificultado por uma distracção da tripulação, que “ não ouviu bem as instruções do monitor e remou para a frente em vez de remar para trás”.
“ Foi mesmo no fim da actividade”, adiantou aquele responsável da empresa Clube do Paiva. “Não conseguimos fazer a acostagem e a tripulação não colaborou com o monitor conforme era esperado, quando ele disse que era preciso remarem todos com força para trás”.
Para Rafael Soares, tratou-se de “uma distracção” decisiva, porque, “ numa situação destas, é tudo uma questão de segundos e, como as pessoas compreenderam mal a ordem do monitor, não se conseguiu segurar a embarcação “, que acabou por ultrapassar o açude e virar-se, atirando com os tripulantes à agua.
Uma explicação que acaba por contrariar as palavras de Edgar Soares, autarca de Alvarenga e pai do responsável principal desta empresa de desportos – radicais que, em declarações à RTP, referiu que o acidente se deveu ao entusiasmo dos tripulantes que, como estavam na recta final da descida, se entusiasmaram com o feito e se levantaram para festejar, provocando o descontrolo e o “ capotanço “ da embarcação e o acidente junto ao açude.

Soube-se no local que, um monitor “com experiência de 14 anos” ajudou os tripulantes a chegar a terra, tendo inclusivamente resgatado das águas uma pessoa que já estaria inconsciente, mas que conseguiu reanimar.
Nas mesmas operações, interveio ainda um outro monitor, com prática de sete anos neste tipo de desportos de águas - bravas, enquanto um terceiro ficou com os tripulantes já acostados, “para evitar o pânico”, como Rafael Soares realçou que “é um procedimento nestas situações”. O homem que viria a falecer foi o único que saltou para o lado errado, para o leito do rio, e deixou, a certa altura, de ser visto.
“Os amigos disseram que ele se safava porque era bom nadador”, conta Rafael Sousa, “ mas a partir daí nunca mais o conseguimos encontrar ”.
" Ali não há lugar a brincadeiras. Temos que remar todos para o mesmo lado, porque sobram apenas entre cinco a dez metros para a ancoragem. Se isso não acontecer, temos logo de seguida o açude e um problema muito grande pela frente", explicou um dos responsáveis por uma empresa de rafting que, na zona da Bateira, permaneceu solidário na ajuda e nas buscas.
As condições adversas que se têm feito sentir na região, com o caudal do Rio Paiva a tornar-se impetuoso e demasiado violento motivaram muitas críticas de vários quadrantes, nomeadamente dos responsáveis dos Bombeiros de Arouca e de Castelo de Paiva, que consideraram uma enorme irresponsabilidade os operadores promoverem a prática do rafting nestas condições perigosas.
Todavia, o responsável do Clube do Paiva acrescentou que, antes do início de qualquer actividade de rafting, “há sempre um “ briefing “ de 20 minutos em que se explica aos participantes todo o procedimento que têm que ter no rio e as ordens a que têm que obedecer”. “ Depois disso”, continua o mesmo responsável, “ verifica-se todo o equipamento - fatos, capacetes, barcos, cordas.
Mesmo que o grupo seja pequeno, a actividade nunca é feita só com um barco, para que, em caso de um virar, haja outro que possa prestar apoio”. Segundo Rafael Soares, quando João Filipe Borges caiu à água "os amigos disseram que ele se safava porque era bom nadador".
Mas o jovem de Castro Daire, que tinha outro irmão, Ricardo Borges, noutro grupo, acabou por falecer e o corpo só foi encontrado ontem a meio da manhã, por uma das equipas de bombeiros que retomou as buscas às primeiras horas da manhã. Estava a menos de um quilómetro de distância do local da queda, junto à Quinta de Varzielas, na margem de Castelo de Paiva.
" Viram o capacete no meio do rio e aperceberam-se que era o homem". " Um bombeiro nosso teve que entrar nas águas, preso por espias, para resgatar o corpo", esclareceu o Comandante dos Bombeiros de Castelo de Paiva, Joaquim Rodrigues.
Recorde-se que, o corpo do praticante desaparecido nas tumultuosas águas do Rio Paiva, foi resgatado no Domingo de manhã, pelos Bombeiros de Castelo de Paiva, no âmbito de uma operação que envolveu cerca de 70 operacionais, onze viaturas, um barco, um helicóptero e ainda duas embarcações das corporações de Entre-os-Rios e Melres e a participação dos Bombeiros Voluntários de Nespereira e da equipa cino-técnica dos Bombeiros Voluntários de Albergaria.
O corpo foi encontrado a flutuar na água junto à Quinta de Varzielas, na freguesia de Fornos, cerca de 800 metros abaixo do local onde se deu o acidente, na Ponte da Bateira, zona limítrofe do concelho de Castelo de Paiva.

ESTA MORTE PODERIA TER SIDO EVITADA


" Esta morte era facilmente evitável, mas ninguém nos deu ouvidos", defendeu Nuno Borges, um dos pioneiros do rafting em Portugal que, há mais de uma década, se lançou nas águas tumultuosas do Rio Paiva, promovendo as descidas em grupos devidamente organizados.
O único desportista que assumiu publicamente as críticas ouvidas entre os praticantes de rafting que se deslocaram durante o fim de semana ao local do acidente, referiu-se à falta de um porto de ancoragem junto à Ponte da Bateira, entre Castelo de Paiva e Cinfães, local onde terminam a maioria das descidas que tem inicio na Espiunca, no concelho de Arouca, e onde foi construído um açude junto à estação elevatória da empresa Águas do Douro e Paiva.
Para este especialista em águas – bravas, " este foi um acidente estúpido que aconteceu por não haver um acesso em condições do rio à margem" referindo que, também a saída da margem para a estrada ficou mais complicada após a construção de uma estação das Águas do Douro & Paiva já que outrora, o acesso chegou a ser efectuado pelo local da estação, que está vedada, muitas vezes a cadeado, o que obriga à procura de saídas alternativas que dificultam a retirada dos participantes e equipamentos.
E sabe-se também, que os proprietários da margem direita, já na freguesia de Travanca, concelho de Cinfães, também não colaboram com as empresas operadoras e não deixam utilizar o seu terreno para as operações de desembarque dos participantes, sendo que uma das saídas mais utilizadas foi fechada a portão e vedada com pedras enormes.
Conhecedor das águas e perigos que o Rio Paiva ostenta, Nuno Borges admite, porém, que o acidente de anteontem " pode acontecer a qualquer praticante “, evidenciando que, “ um desporto de aventura tem sempre os seus riscos, mesmo quando asseguradas as condições de segurança, como foi o caso", disse por fim este especialista em águas – bravas e desportos radicais.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Dez locais do distrito de Aveiro entre os candidatos

CONCURSO AS MARAVILHAS NATURAIS DE PORTUGAL
RIO PAIVA ENTRE OS LOCAIS NOMEADOS

O distrito de Aveiro vai candidatar dez locais à nomeação de Maravilha Natural de Portugal, no âmbito do concurso que está a decorrer e que vai eleger as sete mais belas maravilhas portuguesas naturais.

Na lista de nomeações do distrito, o concelho de Arouca aparece com quatro candidaturas: Frecha da Mizarela, Pedras Parideiras, Geopark Arouca e o Rio Paiva.
O Rio Paiva, zona protegida e um dos paraísos em Portugal para a prática do desporto – aventura ( águas bravas ) também está nomeado pelo concelho de Castelo de Paiva, que apresentou uma candidatura para este espaço privilegiado, cada vez mais procurado pelos adeptos do rafting e da canoagem.
A exemplo do que fez o autarca arouquense, também o edil paivense Gonçalo Rocha, já se congratulou com esta nomeação e realçou as enormes potencialidades do Rio Paiva, mostrando-se esperançado que possa ser escolhido e votado para a segunda fase do concurso, desejando que a sua emblemática beleza seja recordada por todos aqueles milhares de adeptos que o procuram para os desportos de águas bravas, como um local paradisíaco que vale a pena visitar e conhecer.
Curso de água de média dimensão, o Rio Paiva é um rio português que nasce na Serra da Nave, na freguesia de Pêra Velha, no concelho de Moimenta da Beira e desagua no Rio Douro, na zona ribeirinha de Fornos, em Castelo de Paiva.
Tem um trajecto de cerca de 111 km e uma área de bacia de 77 km2. Foi considerado, ainda não há muitos anos, o rio menos poluído da Europa, e ainda hoje é local de desova da truta (Salmo truta).
Está actualmente classificado como SIC – Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura 2000, estatuto que obriga o governo português a zelar pela sua preservação. O Rio Paiva é um rio português do qual nos podemos orgulhar por ser um dos mais bem preservados da Europa. Tem como principais afluentes o Rio de Frades e o Rio Paivô.
Sever do Vouga apresenta duas candidaturas, a Cascata da Cabreia e o Património verde/água. Completam a lista das maravilhas naturais do distrito a competição a Mata Nacional do Buçaco (Mealhada), Baixo Vouga Lagunar (Estarreja), Dunas de S. Jacinto (Aveiro/Murtosa) e o Parque de La Salette (Oliveira de Azeméis).
Ao todo, são 270 os locais do continente e regiões autónomas, relativos a 323 candidaturas, que integram a primeira lista de candidatos a “7 Maravilhas Naturais de Portugal”, que ficará reduzida a 77 sítios no próximo mês de Fevereiro.
De acordo com a organização, o número de candidaturas é superior ao número de locais escolhidos por autarquias e instituições da área do ambiente, porque cada área pode concorrer em mais do que uma categoria.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Dia 9 em Vila Viçosa e a 16 na outra margem
COMISSÃO DE FESTAS DE S. PELÁGIO
VAI CANTAR AS JANEIRAS NA FREGUESIA



A Comissão de Festas de S. Pelágio 2010 vai promover no próximo Sábado, dia 9, a partir das 20 horas, o “ Cantar das Janeiras “, uma iniciativa que, para além de consolidar a habitual saudação festiva e fraternal nesta época do ano, serve para angariar fundos para a realização dos grandes festejos em honra do nosso padroeiro, a ter lugar no segundo fim de semana de Julho.

Mais adiante, no Sábado, dia 16, será a vez do grupo prosseguir com a iniciativa e com o mesmo objectivo, Cantando as Janeiras na outra margem do Rio Paiva, contemplando os restantes lugares da freguesia de Espiunca.
Este é um velho costume que nesta terra do Vale do Paiva nunca se perdeu, já que a titulo particular ou com interesse colectivo, por aqui sempre se Cantaram os Reis ou as Janeiras, num ritual que se renova de ano para ano e que arrasta novos e velhos na secular tradição.
Recorde-se que Cantar as Janeiras ou Cantar os Reis é uma velha tradição em Portugal que consiste na reunião de grupos que se passeiam pelas ruas no início do ano, cantando de porta em porta e desejando às pessoas um feliz ano novo, ao mesmo tempo que vão recolhendo as ofertas que vão sendo dadas pelos anfitriões.
Ocorrem em Janeiro, o primeiro mês do ano. Este mês era o mês do deus Jano, o deus das portas e da entrada. Era o porteiro dos Céus e por isso muito importante para os romanos que esperavam a sua protecção. Era-lhe pedido que afastasse das casas os espíritos maus, sendo especialmente invocado no mês de Janeiro.
Era tradição que os romanos se saudassem em sua honra no começar de um novo ano e daí derivam as Janeiras, uso e costume popular que ainda hoje se mantem por todo o país.
A tradição geral e mais acentuada, é que grupos de amigos, vizinhos ou elementos de um grupo ou colectividade se juntem, e com ou sem tocata, cantem umas quadras de saudação festiva neste inicio de ano. Depois do grupo feito, e de distribuídas as letras e os instrumentos, vão cantar de porta em porta pela vizinhança.
Terminada a canção numa casa, espera-se que os donos abram as portas e tragam as janeiras e possam dar as suas ofertas e até apresentar um pequeno lanche para os participantes, onde não faltam algumas guloseimas do período natalício, os enchidos e o bom vinho da região.
Por comodidade, é hoje costume dar-se dinheiro, embora não seja essa a raiz desta secular tradição, mas quando toca a colaborar com organizações e instituições, é o quem vem mais a calhar.
No fim da caminhada pelas ruas da aldeia, era normal o grupo reunir-se e dividir o resultado, ou então, comerem todos juntos aquilo que receberam durante a iniciativa.
As músicas utilizadas nos Cantares dos Reis ou das Janeiras, são por norma já conhecidas, embora a letra seja diferente em cada terra.

Levante-se ó patroa
Abra a porta da varanda
Deite alguns euros à rua
Para o grupo qu'aqui anda

Vimos cantar as Janeiras
Ó senhores venham escutar
Somos de Vila Viçosa
Boas Festas lhes queremos dar

Uma gente tão bondosa
Nesta terra se conhece
Ajude a fazer a festa
S. Pelágio lhe agradece

Vimos cantar as Janeiras
Ó senhores venham escutar
Somos de Vila Viçosa
Boas Festas lhes queremos dar

Venha-nos ouvir cantar
Não espreite no postigo
Boas festas lhe vem dar
Este grupo seu amigo

Vimos cantar as Janeiras
Ó senhores venham escutar
Vila Viçosa e S. Pelágio
Boas Festas lhes querem dar

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Blog de Vila Viçosa teve mais de mil visitas/ mês
no primeiro ano de “ edição “on-line


Desde que foi criado, em inicio de Janeiro de 2009, o blog “ VILA VIÇOSA – PARAÍSO DO VALE DO PAIVA “, alcançou mais de 15 mil visitas reais, o que corresponde a mais de mil visitas por mês, o que, tendo em atenção a sua exclusividade local, orientada para a vivencia de uma terra modesta e de pequena dimensão, não deixa de ser relevante, a merecer os maiores encómios.

Acreditem que não foi fácil chegar ate aqui, desde que, há um ano atrás, a plataforma que sustenta este espaço informativo foi criada, quanto mais não seja porque o espaço que nos rodeia é tão limitado em acontecimentos e casos que mereçam ter impacto noticioso.
Depois, nem sempre se consegue uma colaboração profícua, de quem ate tinha tempo e jeito para participar, ou mesmo a obrigação de colaborar para dar a conhecer a terra e aquilo que, de bom e de mau, por cá se vai passando.
Criar e sustentar um “ espaço de informação “ deste género não é tarefa fácil, perde-se tempo, queima-se as pestanas, existem despesas e, se por um lado se agrada a gregos, também será verdade que se irrita os troianos, aqueles que, roídos de inveja e “ dor de cotovelo “, só estão bem quando deles se diz maravilhas…ainda que não mereçam. E esses a gente já os conhece bem, de ginjeira…
Sujeitos a tudo, até à incongruência daqueles que, em acto de desespero nos ameaçaram e quiseram “ amordaçar “, prosseguiremos com a mesma consistência e rigor, com o mesmo entusiasmo e vontade de fazer algo de útil pela nossa terra…assim Deus nos ajude sempre !!!
Adiante…o importante é que resistimos e merecemos os aplausos de alguns e os incentivos de muitos, sempre na perspectiva de enaltecer uma ideia e um projecto que, no espaço da blogosfera, honra e enobrece Vila Viçosa…sim, porque todos sabemos e conhecemos tantas terras, com outra dimensão, que não apresentam na WEB, um “ site “ informativo com esta tipologia e esta envergadura.

O Editor
Carlos Oliveira