terça-feira, 25 de outubro de 2011



No próximo dia 6 de Novembro

ASCE VAI PROMOVER EM VILA VIÇOSA

FEIRINHA RURAL E MAGUSTO CONVIVIO


A ASCE - Associação Social e Cultural da Espiunca, vai promover no Domingo, dia 6 de Novembro, no centro de Vila Viçosa, uma FEIRINHA RURAL e um MAGUSTO CONVÍVIO, junto à EN 225 no espaço do Campo do Poço.


Trata-se de uma iniciativa, que estava agendada no Plano de Actividades daquela colectividade e que ja tinha sido anunciada, embora sem data, por ocasião da realização do II Convívio de Antigos Alunos da Escola Primária de Vila Viçosa.
O certame, que ainda estará a ser preparado pela entidade organizadora, assemelha-se a uma pequena mostra de artesanato, tecelagem, gastronomia, vinhos e produtos da terra, tudo apresentado numa sequencia de actividades, gizada para mostrar o que de melhor produz, se cria e se apresenta nesta airosa terra do Vale do Paiva.
O programa agendado marca a abertura da feirinha para as 10 horas, ás 14 horas haverá surpresa com animação musical e ás 16 horas vai realizar-se o tradicional magusto, iniciativa que a ASCE já vinha realizando em anos anteriores no recinto escolar de Vila Viçosa.
As inscrições para montar banca neste pequeno certame, ainda podem ser feitas até ao feriado de 1 de Novembro, devendo os interessados contactar qualquer um dos dirigentes da ASCE, presidida por João Avelino.
O que nao deixa ser triste e profundamente lamentável é constatar que a localidade tem um excelente recinto escolar, para além de um bom Parque Desportivo, com instalações sanitárias e com boas condições de acolhimento e se tenha de promover esta louvável iniciativa no meio de um campo de milho sem condições nenhumas, ainda que localizado à beira da EN 225.

É triste e vergonhoso que não se procurem consensos e não se chegue a entendimentos para que se possa realizar as coisas como deve ser e com a dignidade e funcionalidade que o evento merece e que os tempos de hoje exigem.

Lamento que assim seja, e não me repugna nada dizer que a teimosia, a vaidade e o orgulho não levam a lado nenhum e só serve para dividir, obstaculizar e criar conflitos onde eles não deveriam existir, potenciando uma má imagem para a terra que acolhe estas acções.
É tempo de algumas pessoas, que estão à frente das colectividades e associações, se mentalizarem que as coisas não podem ser feitas em " cima do joelho ", é necessário haver concertação, diálogo e dilinear as coisas de forma atempada e organizada, tendo sempre em conta a funcionalidade e satisfação de quem participa e visita.

Vila Viçosa precisa destas iniciativas, tudo o que seja para se afirmar, potenciar interesse e projecção é de louvar, mas a coesão deve existir, o bom senso imperar e todos darem as mãos em torno de um objectivo comum, fazer o melhor por esta terra.
Na perspectiva de que tudo possa correr pelo melhor, e o bom tempo possa ajudar, já que o piso do campo do milho em tempo de colheita não será grande atractivo para os visitantes, espera-se que a iniciativa tenha uma boa adesão e que no final o balanço possa ser, francamente, positivo.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Congresso Internacional de 9 a 13 de Novembro
AROUCA É CAPITAL DO GEOTURISMO


O território «Arouca Geopark» classificado pela UNESCO é o cenário perfeito para acolher o Congresso Internacional de Geoturismo, que decorre, de 9 a 13 de Novembro, no Mosteiro de Arouca.

É no interior deste, que é considerado como o maior monumento granítico em Portugal (e um verdadeiro «geomonumento»), que terá lugar este importante debate sobre o geoturismo.
O geoturismo é um segmento emergente do turismo de Natureza, que tem vindo a captar o interesse de um número cada vez maior de turistas e agentes turísticos.
O geoturismo tem, assim, como público-alvo, pessoas mais exigentes e informadas, que procuram, acima de tudo, experimentar, aprender e desfrutar do património geológico, cultural e natural.

Durante cinco dias, especialistas internacionais nesta área emergente do turismo, que alia a vertente turística à envolvente paisagística/natural e científica, debatem o tema e estimulam o conhecimento da Geodiversidade, da Geoconservação e do desenvolvimento de novas sinergias, para o desenvolvimento de novos destinos turísticos e de novos produtos associados ao geoturismo.

Jonathan B. Tourtellot, Editor sénior da National Geographic, e Nicholas Zouros, presidente da Rede Europeia de Geoparques, são dois dos oradores principais deste evento.
A um mês do Congresso é apresentada uma nova imagem e um programa que promovem uma dinâmica de envolvimento de um conjunto de parceiros do destino Porto e Norte de Portugal, entre os quais se encontram entidades públicas e privadas, num estreito e profícuo trabalho de parceria.

Para além da apresentação de comunicações e posters, estão também previstas diversas saídas de campo, no «Arouca Geopark» e na região do Douro.
O prazo de inscrições para o Congresso Internacional de Geoturismo decorre até 20 de Outubro.

A propósito desta iniciativa inovadora e ambiciosa, a vereadora da Câmara Municipal de Arouca e presidente da Associação Geoparque, Arouca, Margarida Belém, considera que «este evento configura-se como um marco na consolidação do geoturismo enquanto marca diferenciadora do Porto e Norte de Portugal».

Sobre o facto de esta iniciativa decorrer num território de elevado interesse geológico, Margarida Belém destaca que «os territórios classificados como geoparques, pertencentes às redes europeias e global de geoparques, sob os auspícios da UNESCO, são destinos de excelência para o desenvolvimento do Geoturismo, aliando, turismo, ciência e conhecimento, proporcionando novas experiências e novas oportunidades, permitindo diversificar a oferta, combinando valores inerentes ao território».

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

MINISTÉRIO DO AMBIENTE CONFIRMA

ETAR de V. N. de Paiva
está a descarregar ilegalmente no Rio Paiva


O Ministério do Ambiente confirmou no passado dia 4 de Outubro a situação de ILEGALIDADE da Estação de Tratamento de Águas Residuais de Vila Nova de Paiva, um dos focos de poluição do Rio Paiva considerado um dos menos poluídos da Europa.


O Gabinete da Ministra do Ambiente vem dar razão às denuncias efectuadas desde 2009 pela Associação SOS Rio Paiva, a última das quais a 17 de Agosto deste ano, quando a ETAR efectuou uma descarga de esgotos no rio.

Recorde-se que na altura o Presidente da Câmara de Vila Nova de Paiva referiu à agência Lusa que a autarquia não lançou efluentes sem tratamento no Rio Paiva, salientando que as análises efectuadas "antes e depois" atestam que os valores da água estão nos "parâmetros legais".
José Morgado admitiu à Lusa que ocorreu um "pequeno incidente", que o próprio constatou e que descreve como tendo na sua génese uma "lavagem de um tanque de tratamento secundário" da ETAR.

As descargas poluentes viriam a ser confirmadas por uma patrulha da GNR que se deslocou ao local e agora o Ministério do Ambiente também confirma o mau funcionamento e a situação de ILEGALIDADE daquela ETAR respondendo às perguntas efectuadas pelo Deputado José Luís Ferreira do "PEV-Os Verdes" na Assembleia da República sobre as descargas de esgotos da ETAR de Vila Nova de Paiva em Agosto deste ano, denunciadas pela Associação SOS Rio Paiva.
Diz o Ministério do Ambiente que não foi comunicada à ARH-Norte a ocorrência de nenhuma anomalia na ETAR que justificasse a poluição e as descargas de esgotos que foram efectuadas para o Rio Paiva.

O Ministério acrescenta que, em 2009, a Licença da ETAR já estava caducada e só a 29 de Agosto deste ano, a Câmara Municipal fez o pedido de renovação da Licença de Descarga que foi negada porque os boletins de autocontrolo do efluente tratado revelam que "pontualmente os valores limite de emissão de determinados parâmetros são ultrapassados, deixando crer a necessidade de uma intervenção, de forma a melhorar o sistema de tratamento implementado".
Desta forma, a Licença de Descarga só será emitida quando a Câmara provar que a ETAR está a funcionar correctamente. Saliente-se ainda que durante estes dois anos não foi efectuada nenhuma fiscalização/monitorização à ETAR.

A Associação SOS Rio Paiva já evidenciou que não pode deixar de demonstrar a sua preocupação com a forma como a autarquia de V. N. de Paiva tem vindo a tratar este assunto uma vez que em dois anos o problema já devia estar resolvido para bem do Rio Paiva e da saúde pública das populações.

Aquela associação considera, também, extremamente grave que as autoridades permitam que esta situação de ilegalidade persista durante tanto tempo apesar dos inúmeros alertas que foram efectuados nestes dois anos, nomeadamente para a ARH-Norte.

Considera ainda, inaceitável, que se permita que a ETAR possa continuar a poluir o Rio Paiva colocando em risco a sua biodiversidade sem que seja feito nenhum ultimato ou estabelecido um prazo para a resolução urgente desta grave situação, ao mesmo tempo que, é concedido um financiamento de cerca de 1 milhão e 300 mil euros à Câmara de V. N. de Paiva para a construção de um Parque e Praia Fluvial nas margens do Paiva a montante da ETAR.

É insustentável e inadmissível referem os dirigentes da associação, anunciando que, o Ministério do Ambiente já pediu explicações à Câmara de Vila Nova de Paiva sobre esta grave situação que a Associação SOS Rio Paiva e a população local têm vindo a denunciar publicamente desde 2009. Mais informação disponível em http://www.riopaiva.org/

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

EXECUTIVO DE PASSOS AVANÇA COM A REOGANIZAÇÃO

GOVERNO LANÇA REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO LOCAL
E VAI ACABAR COM A FREGUESIA DE ESPIUNCA



A Reforma Administrativa Local prevê a redução para menos de metade o número de freguesia nas sedes dos municipios com maior densidade populacional e de acordo com o Documento Verde da Reforma Administrativa, estabelece-se uma divisão em três níveis de municipios: um primeiro nível com mais de 500 habitantes por quilómetro quadrado, um segundo entre 100 a 500 habitantes e um último nível com menos de 100 habitantes por quilometro quadrado.

Os municipios que estejam neste primeiro nível, ou seja os maiores do país, deverão ter um mínimo de 20 mil habitantes por freguesia em sede de municipio, numero que passa para cinco mil se a freguesia estiver a menos de 10 km da sede do concelho.
Pretende-se , atraves da aglomeração de freguesia, diminuir as assimitrias piopulacionais, mantendo a freguesia como espaço reconhecível pela comunidade de cidadãos, conforme refere o documento, acrescentando que as novas autarquias que surjam desta reorganização deverão ser alvo de dicussão nos órgão autraquicos e submetida ao Parlamento.
No segundo nível, entre os 100 e os 500 habitantes por kilometro quadrado, as freguesias devem assumir um mínimo de 15 mil habitantes em sede de municipio, com o segundo critério a ser aplicado para as áreas predominantemente rurais, onde se aceita um minimo de mil habitantes por freguesia. A menos de 10 kilometros da sede do concelho, em dominios urbanos, neste segundo nível, o Documento Verde define um minimo de 5 mil habitantes, enquanto as freguesias a mais de 10 kilómetros do municipio ficam com um mínimo de tres mil habitantes.
O terceiro nível, em municipios com menos de 100 habitantes por quilómetro quadrado, como será o caso de Arouca, prevê-se uma freguesia apenas por sede de municipio, comum mínimo de 500 habitantes em espaços rurais e mil em espaços urbanos.
Recorde-se que
Portugal tem hoje um total de 4.259 freguesias, havendo 643 com mais de 500 habitantes por quilómetro quadrado, enquanto em termos de municipios, o país tem 308 , dos quais 37 se encontram neste primeiro nível, onde deverá acontecer uma redução entre 50 a 60% do numero total de freguesias.
Sob propagandeado objectivo de concretizar o que intitula como “ uma reforma de gestão, uma reforma de território e uma reforma de política”, o Governo de Passos Colho / Portas divulgou, na respectiva página electrónica, o “ Documento Verde da Reforma da Administração Local”, de que seguidamente se relevam os seguintes aspectos:

EIXO 2 – ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO

Como o pretexto de reavaliação do actual mapa administrativo, nos objectivos fixados integra-se:
- A redução do actual número de Freguesias (4.259), pela sua aglomeração, dando origem à criação de novas Freguesias, com maior dimensão de escala, tendo em conta as suas tipologias
Afirma-se que, para o efeito, ter-se-á em conta uma matriz de critérios que servirá de base ao debate local, que “ seja ambicioso, assumindo o Governo o seu papel de promotor e agente estimulador deste diálogo ” …não sei se dá para acreditar
São claros, os propósitos de o Governo levar avante as suas pretensões, prosseguindo no caminho que já traçou tendente a uma redução drástica de Freguesias, sendo pura falácia a afirmação de que para o efeito promoverá o diálogo…letra e demagogia a caminho…

3) CRONOGRAMA GERAL DA REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO LOCAL

Durante o 4.º trimestre do corrente ano: - Trabalhos preparatórios do novo regime de criação, extinção e fusão de freguesias;
De Novembro de 2011 a Janeiro de 2012 – Discussão pública: - Assembleias de Freguesia e Assembleias Municipais;
2.º Trimestre de 2012 – Apresentação à Assembleia da República da proposta de lei.


A metodologia em causa prevê, essencialmente:
- Definição de uma Matriz de Critérios Orientadores (demográficos e geográficos) consensuais entre os diferentes actores políticos que deverão presidir à nova organização autárquica;

A ponderação de critérios relacionados com os serviços de proximidade prestados pelas Freguesias às populações, como por exemplo ATL e actividades de apoio a idosos.
Afirma-se que o surgimento de novas Freguesias, deve consagrar uma agregação de territórios com respeito pela identidade histórica e cultural das Freguesias e que a continuidade territorial deve ser seguida, promovendo sempre a necessária discussão municipal e intermunicipal.
Por outro lado diz o Governo no documento que, no caso das novas Freguesias, a designação deverá ser definida com base numa ampla discussão entre cidadãos e os seus representantes nos Órgãos Autárquicos de Freguesia e Municipais, devendo as propostas ser submetidas à Assembleia da República….o que quer dizer, que ainda “ muita água vai correr debaixo da ponte “ …
As duas listas elaboradas pela ANAFRE, com o relatório das freguesias a agregar e das freguesias que se mantém, segundo os critérios do documento verde, já esclarecem tudo e a freguesia de ESPIUNCA está condenada a desaparecer do mapa de Portugal…sem mais...

Das 20 freguesias do concelho de Arouca, o mais distante no extremo norte do distrito a que pertence, seis freguesia vão desaparecer, nomeadamente Albergaria da Serra, Cabreiro, Covelo de Paivô, Espiunca, Janarde e Várzea.
A discussão sobre esta matéria não vai ser, certamente pacifica, tendo em conta que, nos últimos tempos já fomos espoliados e perdendo muita coisa para as terras vizinhas, como Canelas, mas a discussão terá que ser frontal e rigorosa, e feita nos três próximos meses. Na minha opinião, a população de ESPIUNCA vai sair a perder e muito com esta reorganização…esperemos que a população não seja um bando de indolentes e cobardes ao ponto de assistir a esta desintegração e não diga nada de sua justiça…veremos

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

PARTICIPANTES FORAM POUCOS, MAS BONS...

CAMINHADA AO " MOINHO FUNDEIRO "
RENDEU PARA O DIA INTEIRO

* ASCE FEZ BALANÇO POSITIVO DA JORNADA


Mesmo não tendo a participação desejada de inscritos, a Caminhada ao Moinho Fundeiro, em Vila Viçosa, promovida no passado Domingo pela ASCE - Associação Social e Cultural da Espiunca, acabou por ser um êxito, até porque os participantes eram poucos, mas bons...evidenciando-se total satisfação por cumprirem este desafio pedestre, recordando tempos duros de outrora, onde mesmo em tempo de pobreza, a alegria do convivio, das cantigas e da partilha comunitária, marcava o quotodiano da aldeia.


Sob a orientação do Sr. Manuel de Lobeitos, a Caminhada aos Moinhos teve início no Largo da Costa e, de imediato, foi notória alguma desorganização e planeamento do evento, nomeadamente quanto ao melhor trajecto a utilizar, um trabalho de simulação e marcação do terreno que deveria ter sido realizado com alguma eficácia e antecipação.

Abandonada a EN 225, na zona da Portela, e na zona de Lobeitos tomada a decisão mais acertada, entre várias opiniões apresentadas, os caminheiros avançaram pelo antigo percurso até ao Moinho Fundeiro, aproveitando para recordar vivências de outrora, lembrando episódios dessa vida rude de outro tempo, ao mesmo tempo que o Manuel de Lobeitos, o António Bantim, o Celestino, o Américo e Sr. Agostinho e outros mais afoitos iam, lá na frente, desbravando o denso matagal e silvado, que nos fazia lembrar algumas picadas de África ou qualquer uma floresta tropical.
A descida vertiginosa até ao ribeiro, por um velho carreiro outrora coçado demais, mas hoje quase inexistente e coberto de intensa vegetação florestal, foi uma autentica aventura e um desafio emocionante, perigoso mesmo para quem tinha mais dificuldade e uns largos kilos para suportar, mas para os mais velhos, foi a satisfação de voltar a um cenário que, não sendo idílico, os fez reviver tempos recuados, quando uma códea de pão tinha um valor imenso e a árdua tarefa de carregar alqueires de milho, centeio e trigo para transformar na farinha que cozinhava o pão para a quinzena, era manifestação de alegria e marcava o quotidiano da aldeia, com a imagem da Alda Saraiva com o " taleigo " à cabeça a contextualizar bem o objectivo da jornada.

Ultrapassado o obstáculo do curso de água que antigamente fazia trabalhar a Carreira de Moinhos, onde se localizavam outras antigas estruturas artesanais utilizadas na moagem dos cereais, deparamo-nos com a triste imagem de velhos pneus espalhados pelo ribeiro, lançados a partir da EN 225, como atitude reprovável e mais facilitado para deles se desfazer, resquícios evidente da incúria do homem, que continua a não ter respeito pela preservação da natureza e demonstra uma tremenda falta de consciencialização ambiental.

A chegada ao Moinho Fundeiro foi, para alguns, como a conquista do Pico do Evereste, tão evidente era a satisfação estampada no rosto, a mostrar que valeu bem a pena o sacrifício da descida vertigionosa e, enquanto se atacava a " bucha " que a maioria carregou, o Manuel de Lobeitos lá foi tentando explicando, com o melhor engenho e arte possível, a história deste moinho e dos outros localizados a montante da montanha, recordando quem se dedicava e dependia desta vida dura de Moleiro e de quem recorria a esta actividade agrícola para rentabilizar o trabalho dos campos e garantir o sustento da casa.

Canal da Levada, maquia, picar a mó, acertar as cunhas e a finura da farinha, pejadouro, seteira, agueira que transportava a agua da represa até ao rodízio, caleira e zorra foram nomes que se ouviu falar e que marcavam a actividade do moinho de água e a mestria do moleiro que o explorava como modo de vida.

Recorde-se que os moinhos de águas encontravam-se dessiminados por todo o território, no entanto, a partir de meados da década de 70, com a implantação de moagens industriais, accionadas a electricidade ou motores de combustão, foi alterada por completo a actividade dos moinhos de água, que foram sendo abandonados.

Depois das visitas ao moinho, onde o Bantim foi o único a enfiar-se pelo buraco de acesso ao rodízio, e da fotografia de grupo para testemunhar o objectivo conquistado, o regresso foi demasiado saudável e animado, com o grupo a encetar a subida ao som de velhas melodias que, outrora ecoavam nos campos de Vila Viçosa e nos montes vizinhos, onde a exploração florestal já tinha alguma expresão, embora feita de forma mais rudimentar.

A visita e passagem pelos restantes moinhos, como o da Costa do Lago, ficam para outra ocasião, quando alguem entender que preservar estas estruturas é uma aposta a ter em conta e que os acessos possam potenciar uma adesão a nova iniciativa. Até á EM 504 o passo foi menos vigoroso, a malta entreteve-se mais as reviver periécias, a clicar nas fotos captadas pelo telemóvel e dar umas cornetadas nas vuvuzelas que nos recordam os acordes do Mundial da África do Sul.

A caminho da povoação entoaram-se cânticos e cantigas, todos em unissono a evidenciar uma alegria espontanea que a todos contagiou tarde fora, num salutar e agradavel ambiente de convivialidade, terminando a iniciativa no recinto da Escola Primária, estrutura que ainda continua fechada, sem possibilidade de ser rentabilizada para a promoção da cultural e das tradições locais.

A ASCE, interpretando diversas vontades, considerou que esta actividade, pioneira na localidade, foi um excelente contributo para a defesa e preservação da história e património edificado e cultural da freguesia.

João Avelino, presidente da ASCE, fez um balanço positivo da jornada e referiu que, a associação ao lançar este desafio, e a promover esta caminhada, permitiu que muito pudessem calcorrear caminhos ainda desconhecidos e a outros, relembrar, os tempos mais recuados em que era essencial a moagem do milho que as familias produziam nos campos espalhados pela localidade, hoje em grande parte abandonados para a actividade agrícola.

E se tal como evidencia o título da noticia, que a Caminhada ao Moinho Fundeiro rendeu para o dia inteiro, a boa disposição manteve-se em alta no ataque ao farnel, em jeito de partilha e animado convívio, no cenário da Rotunda da Costa, ao ponto de ser desviado um autocarro excursionista com destino ao Porto, vindo de barriga cheia da farta gastronomia de Alvarenga, que teve de aparcar e participar nas honras da casa para ajudar à festa dos caminheiros e partilhar os " comes e bebes ", entrando ao ritmo do samba e do forró, e das cantigas tradicionais de quem não esquece as suas raízes e tem orgulho do seu passado, não sem antes deixar o momento registado em formato digital.

Uma excelente iniciativa que, merece repetição, óbviamente por outros percursos e paisagens, talvez a susgestão do Roteiro das Águas de Rega, fazendo recordar as caminhadas de madrugada à Ribeira da Porta ou ao Vale das Cabras...quem sabe, talvez por ali se desencatessem muitas histórias de amor e paixão, escárnio e maldizer...até á próxima!!!