terça-feira, 17 de fevereiro de 2009


Central de Biomassa vai ficar nesta região

Câmaras de Arouca e Castelo de Paiva
planeiam importante investimento conjunto

· Unidade Industrial deve estar a funcionar no início de 2012

As Câmaras Municipais de Arouca e Castelo de Paiva promoveram esta semana, no Salão Nobre da autarquia arouquense, uma Conferência de Imprensa, para abordar e melhor esclarecer o processo para a concretização de um investimento orientado para uma Central de Biomassa, a ser localizada numa zona de fronteira dos dois concelhos.
Este projecto será apresentado durante o mês de Abril, ocasião em que será constituída a entidade promotora e terá um investimento que rondará os 80 milhões de euros e poderá, eventualmente criar, mais de meia centena de postos de trabalho, podendo ser a maior unidade de produção de energia renovável a partir de resíduos florestais, a funcionar em Portugal.
Os presidentes Paulo Teixeira e Artur Neves garantiram já o protocolo para a criação da entidade que vai assegurar a prossecução do projecto e estão confiantes nesta intenção de investimento, que irá avançar a par com a construção do IC 35, acessibilidade reclamada e que vai servir os dois concelhos vizinhos, sendo que este projecto é encarado como uma mais valia para a região, podendo ser considerado como um ganho complementar para os proprietários florestais que, limpando as suas matas podem, ao mesmo tempo, também assegurar um rendimento extra.
A ZIF – Zona de Intervenção Florestação de Castelo de Paiva vai ajudar a divulgar e a sensibilizar os proprietários para a utilidade deste equipamento que ficará localizado num terreno de 18 hectares na zona de partilha das freguesia de Real e Santa Eulália, junto à EN 224, e que poderá ser utilizado por proprietários de outros concelhos vizinhos, já que se estima uma produção de 300 mil toneladas / ano, sendo que os fornecedores desta unidade de produção de energia renovável vão receber cerca de 30 euros por tonelada de resíduos entregues.
Para além de considerar que, este investimento público / privado pode contribuir para dinamizar o sector florestal na região, o presidente Paulo Teixeira fez questão de sublinhar o interesse e o proveito económico que este projecto pode ter para as famílias e para aqueles industriais que se dedicam ao sector da exploração florestal, destacando que esta unidade pode potenciar ganhos para a economia local na ordem dos 15 milhões de euros anuais.
A central de biomassa produz energia por queima de resíduos florestais e da indústria das madeiras, incrementando a limpeza das matas e produzindo electricidade a partir de uma fonte renovável, largamente disponível em Portugal, em especial nesta densa zona florestal do Vale do Paiva, nomeadamente as freguesias de Alvarenga, Canelas, Espiunca, Bairros, Travanca e Nespereira.
Em termos ambientais é apontada como grande vantagem do processo o facto da emissão de dióxido de carbono ser nula.
Os dois edis sublinharam a plena concordância das autarquias neste projecto, recordando, que a mancha florestal é predominante nos dois municípios, ao mesmo tempo que vincaram a importância da região contar com boas acessibilidades quando a Central de Biomassa estiver em funcionamento, daí que os autarcas insistam no urgente avanço das obras do IC 35 que, ligando a A4 em Penafiel à A25 em Sever do Vouga, vai servir os concelhos de Arouca e de Castelo de Paiva, passando muito próximo da zona do Pejão Velho.
A Central de Biomassa desta região terá maior dimensão da que está instalada e a funcionar na zona de Mortágua ( ver foto anexa ).
Se tudo correr conforme o previsto, o estudo de impacte ambiental avançará em breve, o investidor também irá promover a adjudicação da obra brevemente, devendo a Central de Biomassa de Arouca / Castelo de Paiva entrar em funcionamento nos finais de 2011.




Reportagem de Carlos Oliveira


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