sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Operadores pedem regulamentação da actividade
Câmara Municipal de Arouca quer implementar
Plano de Emergência para o Rio Paiva

Desde meados da década de noventa que a prática do Rafting e da Canoagem está fortemente incrementada no Rio Paiva, nomeadamente no troço que vai desde o Araínho, em Arouca, até à zona da Bateira, na partilha dos concelhos de Castelo de Paiva e Cinfães, sem contudo, esta actividade desportiva orientada para as “ aguas – bravas “ estar devidamente regulamentada. Agora, a tragédia da Bateira serviu para despertar consciências para as medidas de socorro a estabelecer no Rio Paiva e orientadas para as actividades dos desportos – radicais, sendo que a CM de Arouca, através do seu presidente Artur Neves, já fez saber que quer implementar um Plano de Emergência no Rio Paiva.

Poucos dias depois do acidente trágico, no final de uma descida de rafting, no Açude da Bateira, os operadores voltaram ao trabalho, proporcionando a emoção e a adrenalina quanto baste aos seus clientes, mas alguns empresários do sector alertam que só a regulamentação poderá garantir mais segurança e tranquilizar a forte concorrência que actualmente existe no Rio Paiva.
No momento actual, mais de uma dezena de empresas “ operam “ no Rio Paiva, vocacionadas para o rafting como primeira opção, oferecendo a pratica de um desporto radical que tem cada vez mais adeptos e interessados, apesar da ausência de legislação sobre normas de segurança, já que, nesta actividade, ter apenas apólice de seguro válido não devia chegar para correr riscos.
A necessidade da regulamentação deste desporto evidenciou-se mais depois da morte do jovem de Castro Daire, ocorrida no final de uma descida, em que a segurança chegou a ser posta em causa, tal era a violência do caudal do Rio Paiva nesses dias, mas este é um desporto radical e como tal tem riscos associados que devem ser tidos em conta.
Em depoimento recente ao JN, um dos empresários desta actividade referiu que, “ é preciso que aconteçam acidentes graves para que se olhe esta actividade de uma forma mais séria, pelo que é urgente a regulamentação, pois a situação actual permite algumas irresponsabilidades, e sabe-se que há empresas que cumprem as regras de segurança e outras que arriscam mais, dai a importância de uma legislação que estabeleça uma base de trabalho e de segurança nesta actividade desportiva “.

PLANO DE EMERGENCIA PARA O RIO PAIVA

Costuma dizer-se que “ casa roubada trancas à porta “ e agora, depois do acidente que vitimou um praticante numa descida de rafting, a Câmara Municipal de Arouca já fez saber que vai avançar para a concretização de um PLANO DE EMERGENCIA PARA O RIO PAIVA, que alias já estaria a ser elaborado antes do acontecimento trágico da Bateira, visando as actividades radicais praticadas no rio.
Artur Neves já fez saber que este Plano de Emergência deverá ser implementado o mais breve possível e deverá envolver também as autarquias de Castelo de Paiva e de Cinfães, os bombeiros e as empresas que prestam serviços no Rio Paiva, procurando garantir maior segurança para todos os que utilizam o rio para a pratica dos desportos orientados para as “ águas bravas “.
O edil de Arouca mostrou-se preocupado com a situação actual e destacou “ a necessidade de criar mais locais de acesso ao rio e melhores identificações para que seja mais fácil e mais rápido o socorro em caso de acidente “, exigindo coordenação de meios e que o Plano de Emergência possa ser testado nas descidas do Paiva e com a colaboração de todos.
Considerando que as actividades de “ águas bravas “ no Rio Paiva são um cartaz turístico do município, o autarca de Arouca realçou que o município irá continuar a apostar na promoção destas actividades radicais, como forma de potenciar o turismo no concelho.
Sobre algumas considerações dos ambientalistas, Artur Neves tranquilizou as hostes referindo que, “ essas associações não serão mais intransigentes do que a Câmara Municipal de Arouca na defesa do meio ambiente e do Rio Paiva em particular, pois estaremos atentos a todas as situações “.
Tal como o autarca paivense, Gonçalo Rocha, que já se inteirou da legislação em vigor e lamentando a perda do jovem praticante, disponibilizou-se para trabalhar neste pormenor, procurando criar condições para que a pratica do rafting e de outras actividades radicais no Rio Paiva seja feita com a melhor segurança e com condições para um socorro mais rápido e eficaz, também Pereira Pinto, edil de Cinfães, se manifestou no sentido de colaborar para a concretização deste Plano de Emergência, sugerindo até que o município de Castro Daire deveria fazer parte deste plano.
Os autarcas devem, a breve prazo, sentar-se à mesa para fazer um diagnóstico da situação e avançar com as medidas mais consentâneas para a concretização deste Plano de Emergência para o Rio Paiva.

SOS RIO PAIVA TEM DUVIDAS QUANTO AO PLANO

Entretanto, a associação SOS RIO PAIVA, através do seu porta-voz Sérgio Caetano já deu a saber as suas “ reservas “ quanto ao interesse e implementação deste Plano de Emergência, envolvendo os bombeiros e outras entidades, já que está prevista a abertura de acessos em vários pontos do rio (e não são caminhos pedestres... são estradas que possibilitem o acesso de ambulâncias e viaturas TT).
Segundo Sérgio Caetano,” há uns tempos atrás houve alguma confusão e mal entendidos por causa desta questão que é delicada, mas que não pode ser ignorada “, sentindo por isso, natural preocupação com estas notícias que dão conta que as autarquias de Castelo de Paiva, Cinfães e Arouca vão fazer obras nas margens “, daí considerar que :
- O rafting é uma actividade radical que envolve risco e emoção (e traz alguns benefícios económicos para a região).
- O acidente recente nada teve a ver com a falta de acessos ao rio, tendo sido causado por uma distracção dos tripulantes (segundo várias notícias).
- O Paiva é um dos melhores rios para a prática deste desporto por ainda se encontrar num bom estado de conservação com poucos sinais de intervenção humana.
- O rio não precisa de obras.-
- O rafting precisa de ser regulamentado.
Para este ambientalista e dirigente do SOS RIO PAIVA, em breve relatos como este vão deixar de existir... "De Castro Daire para jusante, até Travanca (já relativamente próximo de Castelo de Paiva), o Paiva é decididamente um rio de montanha, apresentando alguns troços de um enorme isolamento, quase sem qualquer povoação nas suas margens, a não ser Nodar, Meitriz, Janarde e Espiunca. A beleza bravia da paisagem desta região é extraordinária."
E evidencia o dirigente, “ não é por acaso que o Instituto de Conservação da Natureza inclui (entre outros) os Raid's todo-o-terreno e desportos aquáticos (descidas de canoas/caiaques, rafting, etc.) na lista de factores de ameaça ao Rio Paiva, recomendando a sua restrição e condicionamento da sua prática... Será pois, este assunto que merece discussão porque o Paiva não é um rio como os outros. É dos poucos que ainda existem na Europa digno desse nome...

2 comentários:

  1. Mais uma boa reportagen senhor editor
    Os meus parabens por ter sempre este espaço actualizado, de grande utilidade e oportunidade informativa
    Bruno ferreira

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  2. O que é uma vergonha foi ums empresarios ter comprado os terrenos junto ao rio Paiva na espiunca que a Camara queria comprar para la fazer uma estrutura de apoio e de lazer e agora ta la aquilo abandonado e ninguem faz nada nem deixam fazer O tempo passa e cada vez e pior depois dizem que o Vau e o Arainho em Alvarenga que é melhor do que a espiiunca ve se mesmo porque será

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