quarta-feira, 8 de julho de 2009

CRÓNICA


Loucura total na 12ª Feira do Vinho Verde
Castelo de Paiva voltou a consagrar
o melhor verde tinto do Mundo











POR CARLOS OLIVEIRA

Se uma festa é, essencialmente, uma manifestação de alegria e convivialidade, a lógica recomenda que seja feita com boa comida, bom vinho e animação musical quanto baste…

O meu amigo Quim Barreiros, que este ano brilhou no S. João de Castelo de Paiva costuma dizer à boca cheia, que o bom vinho ajuda a levantar o pau “ e o consagrado fadista Carlos do Carmo dizia há tempos que, “ uma festa do vinho é uma festa de cultura “, onde se partilha bons momentos, enriquece o espírito e fortalece a alma.
Acima de tudo, uma festa deve representar um estado de espírito que, regra geral, é contagiante, que nos toca a todos e nos transporta para momentos de diversão, por vezes de loucura e de satisfação colectiva.
E se este grupo de elementos e princípios, que associamos a qualquer evento festivo, motivar a atracção de milhares de pessoas e sublinhar o genuíno de um povo simples e hospitaleiro, marcando a autenticidade que nos caracteriza como terra e nos privilegia como região, então vale a pena acreditar que a Festa do Vinho Verde de Castelo de Paiva é uma festa do povo que nasceu para ter sucesso.
Volto a insistir que, à volta do excelente vinho da Sub – Região de Paiva, uma grande conquista da Adega Cooperativa e dos produtores locais, construiu-se um projecto que nos identifica e promove-se um certame tipicamente popular, com raízes profundas, tal como aquelas que mantém vivas as castas que nos dão um vinho fabuloso, cada vez mais procurado e apreciado.
Em 1998, o presidente Paulo Teixeira, quer se queira ou não, foi quem teve visão de futuro e perspectivou o potencial que o sector da vinha podia representar na economia do concelho, lançando o evento em jeito de tributo ás gentes de Paiva e aos produtores locais que, nos socalcos e encostas ensolaradas desta terra duriense, continuam a dedicar-se, “ corpo e alma, “ à exploração vitícola.
Em pleno centro da vila, o município engalanou-se para mostrar o melhor vinho verde, um produto único no Mundo, verde como a paisagem em que se insere, verde como a esperança de quem o produz com dedicação e também verde, como a juventude que o caracteriza.
Na irreverência de um vinho fabuloso, criado numa região em pujança, foi obrigatório estimular os sentidos e sentir o prazer do que é genuíno, conhecendo a história recente da Adega Cooperativa e das diversas quintas que o afagam em terras de socalcos viradas ao sol, entre a beleza paisagística do Douro e do Paiva, que nesta região cruzam os seus destinos, num abraço fraternal à Ilha dos Amores.
Foram três dias de loucura, de animação constante, marcados por uma alegria exuberante que deixou todos satisfeitos e fez perceber que a vida é uma rotina que deve motivar a felicidade, nem que o preço a pagar seja, uma vez por ano, uma piela das boas ou uma “ orgia colectiva “ que nos permite debelar o “ stress “ e andar mais animados.
As expectativas foram ultrapassadas, uma vez mais, num certame memorável que despertou sabores e apetites e atraiu milhares de visitantes à urbe paivense à procura da “ boa pinga “, muito deles de paragens bem distantes, alguns atravessando até oceanos para botar abaixo umas canecas de tinto bem encorpado, acompanhado de umas rabanadas da terra e das tradicionais pataniscas de bacalhau.
As ementas regionais lançavam o convite, o vinho tinto de boa cor e encorpado acolhia as preferência dos apreciadores e jorrava nas canecas e malgas em noites que ganhavam ritmo, convidando para a boémia, para a descompressão, para o convívio, para a dança e cantoria ou mesmo para o entusiasmo de dizer umas coisas que nos faz esquecer ou aliviar as amarguras de um quotidiano que nos teima em tramar a existência.
Os ranchos folclóricos do concelho, os gaiteiros tradicionais, os grupos de concertinas, o som inconfundível da Bandinha da Alegria, a magia da Banda de Plástico de Barcelos, música tradicional dos grupos locais que também brilharam e animaram os bailes à moda antiga, todos dominaram as atenções de uma feira visitada por gente de todo o lado, a confirmar que para se apreciar um bom vinho há gente que cruza oceanos e sobe montanhas.
A exemplo de anos anteriores, foi bonito ver a gente animada, jovens a alinharam na festa sem preconceitos, entoando “ hinos ao Deus Baco “, referindo que em noite de festa e de paródia, “ uma boa caneca de vinho sempre é bem melhor dos que as mistelas amarelas, azuis e verdes que se consomem na discoteca da esquina “, cujo efeitos colaterais são bem piores.
Para a história ficam milhares de litros consumidos em três dias de vassalagem ao vinho verde, numa feira memorável, onde todos louvaram a oportunidade da sua realização e o interesse que representa para a Sub - Região do Paiva, este ano representada com mais quintas e vinhos de qualidade, com destaque para o espumante de vinho verde Saramagosa e os vinhos da Quinta do Toutiçal, Quinta do Covelo e Pata da Burra que voltaram a merecer os elogios de muitos apreciadores.
Hoje, passados uns dias, podemos reflectir diferente e perceber que a afirmação da imagem e da fama dos Vinhos de Paiva, continua a ser o desafio que sustenta este certame, sendo que a mostra do vinho verde, a par das parcerias que a integram e que também cativam clientela, é o contributo para alcançar o objectivo e se atingir o êxito desejado, potenciando o desenvolvimento de um sector crucial para Castelo de Paiva.
Obviamente que a maior parte dos municípios não pode oferecer um turismo de massas, mas é precisamente aí que reside a diferenciação, numa aposta de alta qualidade e na valorização dos produtos endógenos, como é o caso do nosso afamado verde tinto, que por si só, ou aliado à famosa carne arouquesa, devia chegar para atrair turistas dos quatros cantos do mundo.
Num louvor sublime, a temática do vinho continua a despertar paixões nas Terras de Paiva, novos e velhos juntam-se anualmente para confirmar, como alguém dizia, “ a expressão máxima do sensorial “, num ritual que voltou a ser um verdadeiro hino ao convívio e à arte de bem receber.
Tal como as coisas belas da vida, a feira do vinho é um acontecimento efémero ( não falta quem ande a pedir à autarquia três feiras anuais ), mas em três dias a vila transforma-se na “ capital do vinho “, regista-se a felicidade do povo, gente que procura esquecer os inconvenientes de uma vida espartilhada pela crise… e resiste-se, enfrenta-se a neura, bebendo mais uma caneca de bom tintol ou cantando o fado no calor das animadas jornadas gastronómicas.
E se muitos diziam “ bendita terra que produz uma pomada destas “ , ou então, “ este é o vinho ideal para se comer “, o certo que não faltou gente a louvar o evento, que numa dúzia de anos passou a ser o maior acontecimento festivo do concelho, cativando o interesse dos jornais e das emissões de rádio e e da TV e a ser falado pelo mundo inteiro, graças ao potencial da Internet. Com a Praça da Independência urbanisticamente requalificada, a expansão da feira obrigou ao redimensionamento do espaço, mas tudo correu bem e estou certo que a 13ª Feira do Vinho Verde será ainda melhor … desde que não haja a exploração que alguns tentam, habilidosamente, protagonizar.
Até para o ano se Deus quiser…
Veja aqui, no registo anexo, alguns do melhores momentos desta 12ª edição da Feira do Vinho Verde, Gastronomia e Artesanato de Castelo de Paiva, um evento consolidado que se recomenda a cada no que passa :

2 comentários:

  1. isso é mesmo festa de bebados e borrachoes mas a mim para isso ninguem me convida boa tarde e para o ano lembrem de mim

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  2. Boa Noite Carlos
    daqui o amigo de sousel do alentejo então diz lá este ano quantas pipas de verde vós gastastes na festa bateram o record do ano passado ou não pro ano a malta leva os queijos daqui e vamos para essa desbunda dever ser de loucos um abraço do quim zé

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