quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

MENSAGEM DE NATALCor do texto DO EDITOR


POR CARLOS OLIVEIRA *

Num momento em que tanto se evidencia o espírito de Natal e se apela ao frenesim desenfreado do consumo, interessa destacar aqui o gesto fraterno e altruísta de lutar pelo próximo, pelo bem comum, sempre na perspectiva de um Mundo melhor, mais justo, mais humano e mais solidário.

E mesmo assim, neste tempo de apelo à concórdia e tolerância, ainda existe tanta gente que só olha para o seu umbigo, vive com o mal dos outros, só pensa em si, num ridículo testemunho de vaidade e arrogância, desdenhando quem ainda passa mal ou não teve possibilidade de ir mais além na vida.
Perante tanto atropelo ás leis, perante tanta injustiça, perante tanta miséria social e degradação humana que se evidencia a cada dia que passa, perante a disfunção no desenvolvimento e desequilíbrio na distribuição da riqueza, será que se ajusta ao momento aquela ideia de que, “ Natal é quando um homem quiser “.
Tenho muitas dúvidas…. mas aceito que o tempo é de partilha e de solidariedade…
Ao contrário do ano que termina, o próximo 2011 não vai trazer tempo de euforias, nenhuma oportunidade para o colectivo nacional entrar em loucura, a não ser que o meu glorioso pudesse repitir a proeza de 2009/2010, ao tempo de Jorge Jesus, e volte a ser Campeão Nacional, o que duvido, face á pedalada evidenciada pelos nortenhos.
O processo da pedofilia na Casa Pia afinal ainda não estará encerrado de vez e vai certamente arrastar-se pelo tempo, com recursos sem fim, os envolvidos no escândalo do Apito Dourado, em vez de estarem no chilindró, vão continuar a passear a sua impunidade, pelo que, para além da animação do debate politico, que vai incendiando as hostes partidárias e animando os telejornais, já com as eleições presidenciais á vista, vamos ter de gramar com o Governo todas as semanas, de “ espada em riste “ a continuar a esgrimir golpes mortais nas nossas carreiras, nos nossos salários, pensões e nas regalias e direitos adquiridos ao longo de décadas, ao longo de uma vida, impondo, sem apelo nem agravo, medidas de austeridade que nos levam ao desespero, num quotidiano cada vez mais amargurado e difícil.
Numa democracia participativa, ficar parado é aceitar de ânimo leve, as regras do Governo, dos grupos poderosos, dos que ditam as leis por interesses e oportunismos, daqueles que tudo querem, mas que se esquecem dos mais desfavorecidos, daqueles que têm de sobreviver à míngua com uma pensão de miséria, cuja maior percentagem fica na farmácia ou na mercearia da esquina, ou do roubo descarado quando vamos as bombas de gasolina e pagamos os combustíveis mais caros da Europa, sendo nós um dos países mais pobres do espaço europeu.
Está pois, nas nossas mãos, exercer o direito de cidadania, evidenciar a nossa opinião, agora que se vislumbra mais um ano de sacrifício, mais um período de sofrimento a troco de uma recuperação económica que parece não sair da “ cepa torta “ e em que, em termos de sucesso, já muita pouca gente acredita.
Sabemos que os tempos são de turbulência e de dificuldade económica, mas sobretudo de falta de respeito, compreensão e diálogo entre os homens, que se esquecem tantas vezes dos mais pobres, dos doentes e dos abandonados e oprimidos, ao mesmo tempo que se valorizam politicas de fachada, estratégias de guerra e uma sociedade egoísta e materialista.
Conforme dizia Fernando Pessoa, “ ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de construir oásis no recôndito da sua alma, é agradecer a Deus cada manhã pelo milagre da vida “.
E porque é tempo de Natal e um Novo Ano está a chegar, quero desejar aos meus amigos de verdade, aqueles que comigo se cruzam no dia a dia ou que, mesmo distantes, espalhados por esse Mundo fora, me recordam e que amiúde revejo na minha memória, mas também aos que se assumem como inimigos e que me dedicam alguma animosidade, e bem assim como aos estimados leitores deste "web jornal", que com gosto edito há quase dois anos, umas FESTAS FELIZES, com muita saúde, felicidades e o maior sucesso no novo ano, perspectivado num período de êxitos e de realizações pessoais.
A todos aqueles que, mesmo distantes, nao esquecem a sua terra, a todos aqueles que têm o gosto de visitar este espaço de informação local, um BOM NATAL e FELIZ ANO NOVO a todos e que Deus vos abençoe…


* Jornalista

Sem comentários:

Enviar um comentário