sábado, 18 de abril de 2009






AS AMARGURAS DA INTERIORIDADE
Desenvolvimento sustentado
com filhos e enteados…







Constata-se que o interior está cada vez mais pobre, mais desertificado e esquecido, ao contrário do Litoral que vive um intenso crescimento…

Apesar dos grandes esforços implementados pelos autarcas do Interior do país, nas últimas décadas, em prol do desenvolvimento dos seus concelhos e, apesar das várias batalhas ganhas, muito há certamente ainda a fazer.
Os concelhos mais interiorizados reparam nas assimetrias do país, ainda muito evidentes, mas a sua determinação em tornar o interior uma janela de oportunidades não esmorece.
A desertificação populacional é um dos grandes problemas do interior de Portugal, basta ver este pequeno lugar do Vale do Paiva que, nas últimas duas décadas, perdeu cerca de 47,6% da sua população, essencialmente os mais jovens, que se fixaram na região do Grande Porto, agora que a emigração já não é tão atractiva como foi outrora.
As pessoas vêem-se forçadas a deslocar-se para ambientes urbanos descaracterizados, acabando por perder a ligação à terra, cultura, tradições e gastronomia. Acaba por se assumir uma perda de identidade que nos prejudica gravemente como portugueses…
Várias são as vozes que, em uníssono, consideram ser necessário definir uma política de fixação das populações que garanta a proximidade do trabalho, dos serviços de saúde, estabelecimentos de ensino e saídas profissionais, aliada a incentivos ao aumento da natalidade, de modo a garantir a renovação demográfica e a contrariar o envelhecimento generalizado que se evidencia.
As decisões têm que ser tomadas por quem conhece as regiões e não por que, instalado no conforto dos gabinetes de Lisboa e Porto, não tem a menor ideia do que se passa na realidade e as dificuldades que são sentidas pelas populações mais desfavorecidas e abandonadas.
Há um desajuste à mais ínfima legislação que, aplicada a Lisboa e ao Porto, é uma coisa, mas aplicada a uma freguesia como Espiunca ou outra terra desta zona do Vale do Paiva, é uma realidade completamente diferente.
Um Litoral altamente desenvolvido por oposição a um Interior cada vez mais deprimido, é pois um cenário que importa reverter quanto antes, a favor de um país mais justo e equilibrado e, consequentemente, mais orientado para o desenvolvimento sustentado que se deseja, potenciando as vertentes económica e social como um todo.
Urge pois, que os autarcas, mais do que assumir a missão de estar ao serviço das populações, sejam audazes e arrojados, e promovam índices de desenvolvimento que potenciem o bem-estar de todos…coisa que por aqui tem faltado desde sempre, em virtude da inércia e da incompetência de quem tem governado esta freguesia, já de si martirizada pela amargura da interioridade…
Uma das formas de travar a desertificação é intensificar o apoio à criação e instalação de empresas e assim potenciar uma força geradora de riqueza e de emprego…mas sem boas acessibilidades, nunca haverá desenvolvimento que possa tornar a região mais atractiva aos investidores, por muita vontade que tenham os empresários e os autarcas locais.
A construção de infra-estruturas é essencial, apostar na melhoria da rede vária é fundamental para a circulação de pessoas e bens, promovendo o progresso e ajudando a travar a desertificação que o interior vem sofrendo…
Esta é, sem dúvida, uma luta que é de todos…mas muito mais do nossos governantes e dos nossos autarcas que devem ser mais interventivos neste domínio…

Carlos Oliveira

3 comentários:

  1. Boa noite é so para dizer que está aqui um artigo de grande nível porque a verdade deve ser dita os do litoral tem tudo e nós no interior somos cada vez mais desprezados, temos que andar em ambulancia mais de uma hora para ter socorro num hospital ou morremos pelo caminho Parabens pelo trabalho

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  2. Célia Amaral, Zürique21 de abril de 2009 às 11:48

    Olà primo Carlos,queria felicitar o teu trabalho. tudo de bom!

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  3. Gostei do artigo senhor Carlos como sempre voce escreve com cabeça tronco e membros e vai ao ponto certo, o nosso interior esta cada vez mais despovoado e daqui a pouco as nossas aldeias nao tem ninguem a juventude foge toda sem empregos, boa assistencia medica e bons acessos ninguem por aqui fica e parabens pelo blog
    Vania do ISLA

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